À noite
escuto passos na calçada.
Molhada pela chuva
fá-los ressoar.
A cidade dorme!
(Todos já foram dormir).
Para mim
ainda é cedo.
Para minha alma inquieta
o silêncio da hora me contagia
torna-a mais interessante
e extasia
quem acordado está
e medita
no Sim e
no Não
dessa vigia.
Passos na calçada...
Quem será?
Um companheiro de jornada?
Que nada!
Apenas alguém
que volta tarde para casa
extraviado da manada
e torna rápido
e indiferente
ao ritmo das Coisas.
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